O profissional de educação física Fernando Fritz Bueno (CREF 001865-G/SC) idealizou o Encontro Catarinense de Capoeira Especial e organizou as duas primeiras edições, que ocorreram em 2012 e 2013 no campus da FCEE, em São José. Veja mais na matéria abaixo, publicada no site da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE)
Uma grande e contagiante roda de capoeira realizada na manhã da sexta-feira (14/11) na Praça do Sesquicentenário, em frente à Prefeitura de Brusque, com a participação de dezenas de pessoas com deficiência marcou a abertura do III Encontro Catarinense de Capoeira Especial, organizado pela Associação de Pais e Amigos dos Excepcionais (APAE) de Brusque, com apoio da Fundação Catarinense de Educação Especial (FCEE). O evento, criado em 2012 pela FCEE, tem como objetivo difundir a capoeira como instrumento de reabilitação motora, socialização e lazer para pessoas com deficiência.
Após a confraternização na Praça, a programação do evento continuou ao longo do dia na sede da APAE de Brusque, com mini-discursos dos alunos das instituições presentes, apresentações de dança, maculelê, puxada de rede e capoeira, além de uma cerimônia de encerramento com a entrega de cordões de graduação da capoeira para alguns dos alunos presentes.
Entre os mais de 200 participantes do evento estavam alunos e educadores das APAEs de Brusque, Biguaçu, Guabiruba, Nova Veneza, Florianópolis e São José, bem como da FCEE, da Associação Catarinense do X Frágil, da Associação Amigo Down, da Associação Cultural Capoeira na Escola e do Lar São Gabriel. Participaram ainda do evento os grupos de capoeira Camará Capoeira, Maré Brasil e dois convidados ilustres vindos diretamente da Bahia, os mestres Nenel e Boinha, discípulos de Mestre Bimba, um dos principais responsáveis pela expansão da capoeira no Brasil e no mundo.
Socialização e cidadania
“Socialização e cidadania eram os pontos fortes da filosofia do meu pai, mas jamais imaginei que a capoeira chegaria a um ponto tão alto”, afirmou Manoel Nascimento Machado, o Mestre Nenel, filho de Mestre Bimba, ao elogiar o sucesso do Encontro. “Nunca presenciei um trabalho tão sólido realizado com pessoas com deficiência, tanto pela qualidade quanto pela quantidade de alunos e pelo nível de organização”, concluiu.
Criado em 2012 pela FCEE, o Encontro de Capoeira Especial chegou em sua terceira edição com o objetivo de agregar e facilitar a presença de cada vez mais escolas no evento, tendo ocorrido por este motivo na cidade de Brusque, onde a APAE iniciou a ensinar a capoeira para alunos com necessidades especiais no ano de 2000, sendo a pioneira de Santa Catarina.
“Descentralizar o evento, realizando-o em Brusque, possibilitou a participação de pessoas que ainda não haviam participado das outras edições”, afirmou o idealizador do Encontro e organizador das duas primeiras edições, que ocorreram em 2012 e 2013 no campus da FCEE, em São José, o professor de educação física Fernando Fritz Bueno. “Me sinto realizado por ver que este Encontro está tomando mais força a cada ano que passa”, afirma Mestre Tuti, como é chamado pelos alunos. “Nossos capoeiristas provam que todo mundo fica igual ao som do berimbau”, destacou.
Já o professor de capoeira da APAE de Brusque e organizador desta edição do evento, Sidnei Belz, salientou que “inclusão também se faz quando se envolve a pessoa com deficiência no processo de organizar um evento e receber pessoas no seu próprio espaço”. Para o professor Magau, como é chamado, “o Encontro superou todas as expectativas” e é necessário que ele continue ocorrendo em cidades diversas, para assim envolver cada vez mais pessoas. Deste modo, já foi confirmado pelos organizadores que a edição 2015 do evento será realizada na cidade de Nova Veneza, em data a ser definida.
Momentos de emoção
Entre os muitos momentos que emocionaram os participantes do III Encontro de Capoeira Especial, destacaram-se as apresentações e discursos dos alunos das instituições participantes, em especial da aluna Viviane Borges, de 29 anos, da APAE de Brusque, que impressionou o público presente com sua visão sobre a importância da capoeira na sua vida.
Outro momento de destaque foi a entrega do cordão de graduação para o cadeirante Tiago Cardoso, de 31 anos, jovem com paralisia cerebral que iniciou a prática de capoeira na FCEE há poucos meses. “A capoeira é muito importante para todos eles, principalmente por permitir interação e convívio social, algo que muitos deles são privados”, afirmou a mãe de Tiago, Cleusa Ludwig, que é também professora de Educação Especial da FCEE e estava acompanhando o grupo de 60 alunos de São José que viajou para participar do evento.
Fonte: FCEE