A obesidade infantil é o tema abordado este mês com os alunos da Escola Municipal de Ensino Fundamental Urbano Teixeira da Fonseca, em Guaramirim. O Seminário tem o envolvimento dos alunos de 4º e 5º ano, mas o tema Obesidade Infantil está mobilizando os 535 estudantes da instituição, do pré-escolar ao 5º ano. Diabetes, excesso de gordura e açúcar no organismo e falta de exercício físico estão entre as consequências apresentadas.
Iniciativa do educador físico Hermes Toledo Praxedes, o seminário dá sequência a um projeto-piloto desenvolvido na cidade a partir da Escola Urbano da Fonseca, em 2010. Na época, a instituição apresentou o maior índice de obesidade e sobrepeso.
O índice de sobrepeso e obesos encontrado em 2012 entre as crianças foi de 14,7%, considerado preocupante. Comparativamente, de acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), nos Estados Unidos, país que apresenta elevados índices, a obesidade infantil gira em torno de 16%. Porém a Espanha agora lidera as estatísticas, com 19% de crianças obesas.
Congresso em Barcelona
Em 2010, a pesquisa envolveu toda a rede municipal de ensino de Guaramirim, que congrega 23 escolas e um centro de educação infantil (CEI). Os resultados do projeto do professor Praxedes foram apresentados por ele durante congresso mundial realizado em 2012 em Barcelona, na Espanha.
O professor destaca que a partir do projeto a escola recebeu recursos para a compra de equipamentos, como estadômetro, que mede a estatura; balança, para o controle do peso; e adipômetro, que mede adiposidades e células de gordura localizadas na região do quadril. “Todos os anos, em fevereiro e outubro, fazemos esse trabalho para orientar os alunos”, ressalta. “Como professor de Educação Física, tenho essa responsabilidade”, declara o Praxedes.
Tema de casa
O tema obesidade também é trabalhado em sala de aula. Os estudantes passam a realizar trabalhos em grupo e os apresentam aos demais colegas. Cada grupo pesquisa um subtema, relacionado às consequências da obesidade infantil e na fase adulta, alimentos que favorecem o problema e exercícios mais adequados para a faixa etária entre sete e 10 anos, que auxiliam na redução do peso corporal.
Os trabalhos valem nota para o bimestre e os estudantes são estimulados a conscientizarem os pais para a necessidade de adotarem hábitos alimentares saudáveis e uma dieta equilibrada. Os cartazes das apresentações serão expostos nos corredores para o acesso de toda a comunidade escolar.
Consequências
Esta semana, alunos do 5º03 vespertino, divididos em três grupos, apresentaram três enfoques uns aos outros: consequências da obesidade, como reduzir o peso e quais os alimentos indicados para uma vida saudável.
De olho no colesterol e nos alimentos gordurosos
A menina Mariane Zanella, 10 anos, conta que desde os oito anos foi detectado que seu organismo apresentava colesterol alto. “Em junho de 2013, o meu colesterol aumentou. Comia bastante fritura, mas agora, como mais saladas, frutas e alimentos light”, conta. “Estou me sentindo melhor e praticando esporte”, complementa.
O colega Arthur Davi Corrêa, que completará 11 anos dia 17, mede 1,42 e pesa 56 quilos. Ele sabe que o ideal seria pesar em torno de 42 quilos, e por fazer parte do grupo que pesquisou as consequências da obesidade, fez questão de se expressar: “Eu falei em casa. Hoje a minha alimentação tem mais salada e maçã, que é a fruta que como mais. Minha mãe está tentando uma nutricionista para mim”.
Já Andrieli Silva, 10, apresentou trabalho indicando os alimentos ideais para se ter qualidade de vida, como frutas, legumes e saladas verdes. Medindo 1,57 metro e pesando 47 quilos, não tem problemas com peso. “Não como muita fritura, mas gosto de bolhachas recheadas, bolos e pães. A partir de agora, quero controlar mais a alimentação.”
Matéria publicada no Jornal do Vale do Itapocu