O aumento da expectativa de quem vive com aids deve acontecer junto com a melhoria da qualidade de vida. Por isso, a prática de atividades físicas se tornou essencial, tanto para a garantia do bem-estar físico, quanto para prevenção e controle de alterações metabólicas – como diabetes e aumento do colesterol e triglicérides. Pensando nisso, o Ministério da Saúde lançou, em 21 de junho, o manual Recomendações para a prática de atividades físicas para pessoas vivendo com HIV e aids.
O CONFEF participou da elaboração da publicação e apoia a iniciativa. “Recomendações como essa são fundamentais para que todos percebam a importância da prática de exercícios físicos em quaisquer circunstâncias”, comenta Jorge Steinhilber, presidente do Conselho Federal.
A publicação, voltada para profissionais de Educação Física e outros profissionais da saúde, traz explicações sobre o que é o HIV, benefícios da atividade física para quem vive com o vírus, orientações nutricionais e exemplos de serviços de saúde que já desenvolvem projetos na área. A ideia é que os profissionais estejam aptos a receber os soropositivos no Programa Academias da Saúde, que implantará 2 mil polos de prática de atividades físicas e lazer em todo o Brasil. “As pessoas que vivem com HIV precisam não só de medicamentos, mas também de acesso a ambiente adequado para a prática de exercícios físicos, com acompanhamento e orientação. Por isso esse manual é tão importante”, defende Dirceu Greco, diretor do Departamento de DST, Aids e Hepatites Virais.
Um dos problemas recorrentes de quem vive com HIV/aids e que pode ser minimizado com a prática de exercícios físicos é a lipodistrofia. A síndrome, caracterizada por alterações na redistribuição da gordura corporal, pode ocorrer, em maior ou menor grau, em até 50% dos pacientes de aids, de acordo com estudos internacionais. A lipodistrofia se manifesta como perda de gordura (lipoatrofia) nas pernas, braços, rosto e bumbum ou ganho de gordura (lipohipertrofia) no abdômen, mamas, parte superior das costas (giba) e na mandíbula (papada). É resultado de um somatário de fatores: genéticos, sedentarismo, ação do próprio HIV e dos medicamentos antirretrovirais.
Fonte: Ministério da Saúde / CONFEF