Embora o marketing dos cuidados com o corpo diga que o começo da primavera é a hora de começar a entrar em forma para os meses de sol a pino, é no verão mesmo que as pessoas procuram as academias em busca de resultados rápidos. Segundo Kleber Pereira, presidente da Associação Brasileira de Academias (Acad), o número de alunos entre dezembro e março aumenta cerca de 30%.
De acordo com a Acad, o mercado fitness é dominado por pequenas e médias empresas. Ao todo, 95% das academias têm esse porte. Em 2011, o setor faturou R$ 2,2 bilhões – quase o dobro de ano anterior. Em contrapartida, a concorrência também aumentou: no ano passado, havia 18.195 academias em todo País, enquanto em 2010 esse número era de 15.551. Um dos motivos que favorece a concorrência acirrada é que apenas 2,8% da população estão matriculados em academias. “A consciência de que atividade física traz bem-estar ainda está no começo e disseminada com força apenas nos grandes centros”, explica Pereira.
Para vencer a concorrência nessa época, as academias oferecem atividades especiais. “É como a moda: em cada verão aparece uma novidade”, diz Pereira. Em 2012, ele conta que a aposta é nos exercícios funcionais, aqueles em que os alunos aprimoram movimentos usados no cotidiano, como agachar, empurrar e lançar, entre outros, para chegar ao peso ideal e modelar o corpo.
Para o empreendedor que deseja apostar nesse nicho, o presidente da Acad recomenda fazer um estudo de público profundo antes da abrir de começar. “É preciso saber, com exatidão, o que o a população em torno da academia deseja”, afirma. Outra dica é apostar em nichos específicos – como atividades exclusivas para idosos e para mulheres, por exemplo – para se diferenciar. “Mesmo com a concorrência grande, as academias são um bom negócio. Cada vez mais a saúde é valorizada. A mídia e também o governo incentivam a prática de atividades físicas, o que fortalece a consciência de que cuidar-se bem é essencial para ter qualidade de vida”, diz Pereira.
Entre os desafios que o dono de uma academia vai enfrentar está o de fidelizar os alunos, já que parte deles costuma abandonar a academia depois do verão. “Esse é um tema mundial. A retenção de matrículas não é uma questão exclusiva do Brasil”, enfatiza Pereira. Ele explica que não existe uma fórmula para resolver essa questão. “O que as academias podem, e devem fazer, é garantir que o atendimento tenha qualidade. E também explicar ao aluno que os exercícios não trazem apenas melhorias estéticas, mas principalmente qualidade de vida”, afirma.
Informações: Terra