O 1º vice-presidente do CREF3/SC Delmar Alberto Tôndolo (CREF 001085-G/SC) participou ontem, 15 de agosto, da audiência pública da Comissão de Educação solicitada pelo deputado Fernando Krelling (CREF 007007-G/SC), conselheiro do CREF3/SC, realizada na Assembleia Legislativa de Santa Catarina. A audiência teve como objetivo debater a participação de atletas de outros estados em competições organizadas pela Fundação Catarinense de Esporte (Fesporte), além de subsidiar o parecer do deputado, que é relator do Projeto 132/2018, de autoria do deputado Rodrigo Minotto (PDT), que prevê uma nova regulamentação para o setor.
Tema polêmico e antigo entre os desportistas do Estado, o assunto já foi alvo de várias legislações. O projeto atual determina que os competidores precisam ter dois anos de atuação em Santa Catarina, modificando a lei de 2017, que limita vagas para atletas oriundos de federações de outros estados. Krelling solicitou a audiência pública por ser integrante da Comissão de Educação, Cultura e Desporto. “Antes de emitir o parecer, minha ideia é ouvir a comunidade esportiva, o Conselho Estadual de Esporte, os municípios, a Fesporte e a Secretaria de Estado da Educação. As ideias virão. Nos bastidores a gente já sabe que há opiniões divergentes, mas isso tudo será importante para que se possa avaliar, fazer um estudo profundo e emitir esse parecer que, de uma vez por todas, trará um caminho para o esporte catarinense”, avaliou o relator.
Rui Godinho da Mota (CREF 007431-P/RJ), presidente da Fesporte, também participou do debate. “Infelizmente, algumas decisões são tomadas sem ouvir o setor, o que acaba dificultando. Essa lei de 2017 nos trouxe problemas imensos, foi alvo de muitas discussões no Conselho Estadual de Desporto, para que a gente conseguisse adequar ao que previa a lei. Por isso, agradeço ao deputado Krelling por dar a oportunidade para que todos possam vir e falar. As coisas não podem vir decididas por lei sem ouvir as partes. Ele demonstrou respeito ao esporte catarinense”, comentou.
Sobre o mérito do novo projeto, o dirigente mostra-se contrário ao teor. “Minha posição pessoal é que não possa haver limitação para os Jogos Abertos de Santa Catarina. Acredito que a competição tem que ser um dos maiores eventos esportivos do Brasil, se possível com campeões olímpicos, o que seria muito importante para dar visibilidade ao Estado.” Na opinião dele, se for para reservar vagas aos atletas nativos do Estado, o ideal é utilizar a Olimpíada Estudantil Catarinense (Olesc) e os Joguinhos Abertos, onde se construiria a base.
Técnica de ginástica rítmica com vários títulos de Jogos e Joguinhos Abertos, Maria Helena Kraeski (CREF 000113-G/SC) defende a preservação de espaço para atletas catarinenses. “Nossos atletas precisam ter ‘espelhos’, mas ‘espelhos’ que estejam presentes. O que acontece hoje são atletas de fora que vêm, competem, ganham medalhas e vão embora”. Treinadora da equipe de Florianópolis, ela citou o exemplo de Luisa Matsuo, que fez sua carreira na capital catarinense e chegou à equipe nacional que conquistou três medalhas de ouro na ginástica durante os Jogos Pan Americanos de 2007.
Ao final da audiência, o relator reforçou o pedido para que os dirigentes, secretários municipais de Esporte e representantes de federações e fundações enviem seus posicionamentos sobre o assunto. A partir disso, Krelling vai definir seu parecer final.
Informações e foto: Agência Alesc